SITUAÇÃO DE ADVERTÊNCIA PARA ALGUM PERIGO INSTITUCIONAL IMINENTE?
GERALMENTE ESSA FRASE VEM VINCULADA A QUESTÕES POLITICAS. RECOLHI
O MATERIAL ABAIXO EM CONTRIBUIÇÃO AO NOSSO ESTUDO. BOA LEITURA.
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ORIGEM DO NOME: O OVO DA SERPENTE
Wikypedia:
O ovo da serpente (Das Schlangenei /The Serpent's Egg )
é um filmeestadunidense e alemão de 1977, produzido por Dino De Laurentiis, dirigido por Ingmar Bergman, editado por Petra von Oelffen, trilha
sonora de Rolf A. Wilhelm, direção de arte deWerner Achmann, fotografia
de Sven Nykvist,
e estrelando David Carradine como Abel
Rosenberg. É ambientado na Berlim dos anos 20.
Este foi o único filme hollywoodiano de Bergman. O título foi retirado de
uma linha falada por Brutus em Shakespeare :Júlio César
And
therefore think him as a serpent's egg
Which
hatch'd, would, as his kind grow mischievous;
And
kill him in the shell.
Elenco
§
Liv Ullmann (Manuela
Rosenberg)
§
David Carradine (Abel Rosenberg)
§
Gert Fröbe (Inspetor
Bauer)
§
Heinz Bennent (Hans Vergérus)
§
James Whitmore (Padre)
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Ovo da Serpente é um 1977 Americano- Alemanha
Ocidental filme
co-produzido, dirigido porIngmar Bergman e estrelado por David Carradine e Liv Ullmann . A
história se passa em 1920 em Berlim e apresenta o diálogo Inglês e Alemão. Este foi um de Bergman e só filme de
Hollywood . O título é tirado de uma linha falada
por Brutus em Shakespeare Júlio César :
E, portanto, pensar nele como um ovo de serpente / Que hatch'd, deverá, em sua espécie crescer travesso; / E
matá-lo no shell.
Sinopse
Abel Rosenberg é um judeu americano em Berlim , após a I Guerra Mundial . Pobreza e da inflação ter destruído
a economia
alemã no momento . Ele vive com sua irmã-de-lei Manuela,
aprostituta e cabaret performer. A história tem lugar na semana
seguinte a morte de seu irmão.Abel aceita um emprego oferecido por um
conhecido, o professor Hans Vergerus.
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ESTA É
A FRASE E A SUA TRADUÇÃO:
and
therefore think him as a serpent's egg Which hatch'd, would, as his kind grow
mischievous; And kill him in the shell.
e, portanto, pensar nele como um ovo de serpente, que hatch'd, deverá,
em sua espécie crescer travesso; E matá-lo no shell.
e, portanto, pensar nele como um ovo de serpente, que incubado,
deverá, em sua
espécie crescer travesso; E matá-lo na casca.
==============================================
Ninguém vai acreditar em você, apesar de que qualquer um que
fizer um
mínimo esforço pode ver o que lhe espera no futuro. É como
um ovo
de uma serpente. Através das finas membranas, pode-se
discernir o réptil
perfeitamente concebido.
Tirado de:
196
Ninguém vai acreditar em você, apesar de que qualquer um que
fi zer um
mínimo esforço pode ver o que lhe espera no futuro. É como
um ovo
de uma serpente. Através das fi nas membranas, pode-se
discernir o réptil
perfeitamente concebido.
O Ovo da Serpente
(fi lme de Ingmar Bergman, 1977)
1
Desde o início da sociabilidade humana, descrito por
Rousseau no seu
segundo Discurso — período conhecido como “idade de ouro”,
“sociedade
começada”, ou ainda, na Carta a Beaumont, “segundo estado”
—, notamos as
sementes, isto é, o anúncio das desmedidas vindouras da
sociedade totalmente
consolidada. Já observamos nesta época a ação de um
princípio que promoverá,
mais adiante, no estado social, tanto nossas misérias como
também a violência
generalizada que nos abate. Tal princípio é o amor-próprio
juntamente com
o desejo de se distinguir dos demais. Claro que esse
princípio não se encontra
totalmente desenvolvido, mas, como aponta a metáfora do ovo,
está em um
estado embrionário. Além disso, suas possibilidades de
satisfação encontramse bastante limitadas, uma vez que ainda se fundam em
distinções concretas
entre os homens. Contudo, como veremos a seguir, isto é o
sufi ciente para
gerar algumas disputas funestas e incitar algumas paixões
nos corações
humanos que não existiam no estado natural.
Faz-se necessário buscar a gênese do amor-próprio, tentando
entender
como ele surge no processo de degeneração do amor-de-si. Um
processo
que aqui chamaremos de “alienação”, apesar de Rousseau não
utilizar essa
expressão, pelo menos não com o signifi cado que aqui
queremos expressar,
referente ao momento em que o homem sai de si e passa a
viver em seu
exterior, quando ele começa a viver de acordo com a opinião
pública, de
acordo com o olhar do outro. Rousseau chega a utilizar o
termo “alienação”
no Contrato social, mas com um sentido unicamente jurídico
|
A República de Weimar
vista por Bergman*
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Luiz Santiago |
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[…] qualquer
um que fizer o mínimo esforço poderá ver o que nos espera no futuro. É como
um ovo de serpente. Através das membranas finas pode-se distinguir o réptil
já perfeitamente formado. Hans Vergerus Produzido pelo badalado Dino De Laurentiis (de Noites de Cabíria (1957),Serpico (1973) e Hannibal (2001), só pra citar algumas produções de seu currículo), com colaboração germano-americana, O Ovo da Serpente(1977), de Ingmar Bergman é a melhor reprodução cinematográfica da República de Weimar e do surgimento do nazismo na Alemanha¹. O cineasta sueco escreveu o roteiro sob meticulosa pesquisa histórica, e nele, retratou com muita fidelidade os primeiros passos de uma sociedade que já dividida, desembocaria nas mãos do nacional-socialismo a partir de 1933. Façamos, antes, uma breve passagem pelos eventos que construíram esse tempo histórico. Com a queda da monarquia na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, a cidade de Weimar (onde morreu Goethe) foi escolhida como sede do novo governo, uma República liberal que precisava guiar em país destruído pela guerra. Os primeiros anos da República de Weimar são de profunda crise interna, da qual destacamos alguns eventos: a) Fracasso industrial, e monumental inflação; b) Impunidade dos assassinos políticos, que agiam em larga escala - segundo o historiador alemão Peter Gay, em seu livro A Cultura de Weimar, o fato de o novo governo não empreender uma reforma judiciária foi um dos seus grandes erros; c) Diversas tentativas de derrubar o governo; d) A "crise moral" - e muitas outras - causada pela assinatura do Tratado de Versalhes; e) A ocupação de Ruhr pela França; f) O crescimento desenfreado do fanatismo político, do anti-semitismo e da xenofobia. Nesse caos social, a moderna centelha cultural condenada pela monarquia ganhou espaço livre para manifestar-se, e é então que temos a Bauhaus, A ópera dos três vinténs, A Montanha Mágica, O Gabinete do Dr. Caligari,Dr. Mabuse, Nosferatu, Metropolis, O Anjo Azul, etc. O expressionismo nas artes deste período representava artisticamente a insegurança e as diversas crises do país, sendo o medo, o principal fantasma. Bergman constrói com impecável riqueza de detalhes o mundo sangrento, paranoico e instável que era a Alemanha de 1923, ano em que se passa o seu filme, no período de 3 a 11 de Novembro, semana do Putsch de Munique. O Ovo da Serpente é a história de Abel Rosenberg (David Carradine, em atuação magnífica), um trapezista judeu que vê o seu mundo desmoronar a partir do suicídio de seu irmão, e sua vida se resume a lutar pela sobrevivência ao lado de sua cunhada Manuella (Liv Ullman, como sempre, fenomenal), uma cantora de cabaré. Bergman insere em suas características autorais o mundo que se dispõe representar, e com a fenomenal fotografia de Sven Nykvist, percorre esses mundos com sua devida aura, captadas de campos observadores muito representativos. Um desses mundos é o do espetáculo, e assistimos as apresentações do cabaré (com Liv Ullman cantando em alemão) e de um bar jazz em Berlim, com músicos alemães de caras pintadas de preto. O anti-semitismo da República de Weimar é visto desde a segunda cena do filme, quando o delegado de polícia pergunta a Abel se ele é judeu, e mais adiante o prende como sendo suspeito de uma série de "assassinatos brutais e misteriosos". Em outra cena, um grupo de jovens alemães obrigam dois judeus a lavarem uma calçada com escovas, atitude ignorada pelo policial que passa e vê a cena, mas não faz nada. Bergman mostra sem sentimentalismo como o anti-semitismo se espalhou pela cidade, e o discurso de justificativa para esse ódio, tão grande quanto o destinado aos "bolchevistas". Através dos jornais e das batidas policiais em "estabelecimentos judeus" (o caso do cabaré onde Manuella trabalha é um exemplo), é possível identificar como o discurso anti-semita tinha força, e já nos anos 1920, causava destruição, mesmo em uma Alemanha cuja forma de governo era uma República. O desemprego e a fome estão em toda parte na Berlim dos "loucos anos". A cidade parece uma carcaça por dentro, encoberta pela arquitetura. Em uma cena chocante, vemos pessoas cortarem a carne de um cavalo morto para alimentar-se. Também acompanhamos a constante desvalorização do marco, até o ponto em que o valor impresso da moeda não importava mais, e a venda era feita pelo peso que tinha o dinheiro. A luta pela sobrevivência é a ordem a ser cumprida, e o medo acompanha as ações vacilantes de uma sociedade que se decompõe. A libido se ajusta à histeria e ao desalento. O ponto-chave e revelador da obra é quando a história das experiências com seres humanos é esclarecida, em uma das mais supremas cenas do cinema, onde a maestria do corte, do enquadramento e da direção podem ser vistas em seu ápice. Entre pequenos curtas-metragens feitos durante as "observações", os closes descritivos em um silencioso David Carradine falam mais do que páginas e páginas de um roteiro. O profético discurso final do cientista dá conta do caminho perigoso pelo qual segue a Alemanha, e ressalta a "passividade" do povo judeu, que segue como ovelhas para o matadouro (polêmica também trabalhada por Hannah Arendt). O desfecho do filme é a triste revelação de um indivíduo "contaminado" pela virulenta metrópole, que tem a oportunidade de sair daquele espaço que se decompõe, mas não o consegue, e se perde entre pedestres e ruas molhadas pela constante chuva, para nunca mais ser visto. O realismo com que Bergman nos apresenta a Berlim de 1923 é espantoso. Os figurinos de Charlotte Fleming também merecem destaque, pela adequação dramática e imagética perfeitas. Em O Ovo da Serpente, Bergman empreende uma obra dotada de forte senso crítico-social e de uma exposição memorável da história. Com profunda força imagética, o diretor consegue construir uma sociedade que vivia sob o medo, e denuncia os "motivos pelos quais" o futuro tenebroso falaria por si. Até mesmo a posição de alemães antinazistas é abordada, e a descrença em Hitler, por ocasião do Putsch de Munique, é verbalizada em cena simbólica. O Ovo da Serpente é um supremo exercício cinematográfico, com atuações irreparáveis - inclusive do elenco de apoio - e com a louvável direção de Ingmar Bergman, que usou de seu profundo conhecimento da alma humana para transformar em celuloide o sentimento de uma época, fazendo-o de forma única e magnífica. (1) Rainer Werner Fassbinder também nos legou uma notável contribuição sobre o tema, em sua série para a TV, Berlin Alexanderplatz (1980), onde percorre o período com profundidade amarga através de suas personagens não menos atormentadas que o mundo onde viviam. O OVO DA SERPENTE (Das Schlangenei, EUA/Alemanha Ocidental, 1977) Direção: Ingmar Bergman. Elenco principal: David Carradine, Liv Ullmann, Heinz Bennent, Gert Fröbe, Edith Heerdegen. Cotação: ***** Este artigo é parte do Ciclo Bergman no Cine Revista. *Artigo originalmente postado no blog "Cinebulição"(http://www.cinebuli.blogspot.com) |
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Ӄ como um ovo de
serpente. Através da fina membrana, pode-se ver um réptil inteiramente formado” (Dr. Hans Vergerus para Abel Rosenberg
em “O Ovo da Serpente”, de Ingmar Bergman)
novo mundo
POLÍTICA
O ovo da serpente 2.0
Por Giselle Beiguelman
Esvaziamento da esfera pública faz parte da
cultura das redes de relacionamento na internet
Ӄ como um ovo de
serpente. Através da fina membrana, pode-se ver um réptil inteiramente
formado” (Dr.
Hans Vergerus para Abel Rosenberg em “O Ovo da Serpente”, de Ingmar Bergman)
O aumento da banda da telefonia móvel, a proliferação das redes sem-fio e a multiplicação das plataformas dos chamados softwares sociais (como blogs e redes de relacionamento, como o Facebook etc.) vêm produzindo mudanças sem precedentes nas formas de comunicação, produção e circulação de informações.
Entre outras
implicações, essas variáveis apontam para a diminuição do gap de
conectividade entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento e a expansão
das formas de conhecimento colaborativo.
Mas, tão importantes
quanto essas relações emergentes, tem sido o aumento do uso promocional de
suas ferramentas com finalidades de marketing, inaugurando a curiosa era dos
“fansumidores”, como chamou atenção o jornalista de tecnologia do “Guardian“,
Jack Schofield, comentando a inauguração do sistema de “publicidade social”
no Facebook1.
Nesse sistema, sites
comerciais parceiros do Facebook organizam comunidades em torno de suas
marcas e garantem uma distribuição dos anúncios de forma segmentada. A
catequese das marcas pela web 2.0 é um fenômeno a ser estudado, especialmente
em sites como o YouTube, em que empresas especializadas em marketing viral
têm investido pesado, forjando uma estética amadora e de furos de making of
que nunca existiram.
Para além do fetiche das
mercadorias, essa modalidade de uso das redes sociais indica um esvaziamento
da esfera pública e uma fragilização da política como arena de negociação
coletiva que me parece importante interrogar, relacionando alguns fatos
recentes às transformações tecnológicas das quais temos sido testemunhos e
atores.
Press kit mórbido
Em abril de 2007, o
estudante Cho Seung-hui matou 32 pessoas na universidade em que estudava, no
Estado americano da Virgínia. Antes disso, tomou todos os cuidados para
produzir um press kit mórbido, com depoimentos em vídeo, fotos e textos que
supostamente explicavam seu crime. Postou tudo na internet e enviou pelo
correio a uma grande rede de TV americana. Terminado o massacre, suicidou-se.
O requinte da
pré-produção que, profissionalmente, já mirava a pós-produção, se explicita
no jogo da “vigilância neopanótica”, como conceituou Timothy Druckrey, “que
resulta em um desejo quase compulsivo –que se poderia chamar de fetichista–
de fazer com que virtualmente tudo seja acessível na forma de uma imagem”
(2000, p. 94).
Um desastre aéreo
ocorrido na cidade de São Paulo, poucos meses depois do massacre da Virginia,
em julho de 2007, colocaria em evidência, por vezes com requintes de
perversidade, a lógica de fomento à superexpsosição que vem atualizando a
sociedade do espetáculo como sociedade overmidiática que é “over” não porque
é excessiva, mas por que é redundante.
Os inúmeros inputs em
blogs e sites de publicação de vídeos, que acompanharam o desastre da TAM, no
aeroporto de Congonhas, colocaram em circulação desde fotomontagens
grosseiras a centenas de vídeos que retratavam fumaça, borrões e conversas
domésticas triviais de fundo. Demonstravam, assim, os limites do jornalismo
informal e sua capacidade de fazer divulgar não-notícias desinformativas num
mundo em que muitos brigam pelo direito à “ciberlebridade” de pelos menos
meia dúzia de hits.
O assassinato de oito
estudantes na Finlândia, em 7 de novembro de 2007, postado e anunciado no
YouTube com antecedência, veio coroar essa série de reveses como indicativos
de uma sociopatia emergente: a possibilidade de, no mundo em que todo mundo
se “tuba” e se publica com dois cliques, a história acontecer antes mesmo dos
fatos terem ocorrido (ou vice-versa).
Não se trata de discutir
aqui a espetacularização da violência e associá-la a um suposto atavismo
tecnológico que relaciona o “excesso de informação” agenciado pela internet a
desvios de comportamento. Primeiramente, porque essa relação é falsa. O
casamento crime e mídia não é novidade, nem exclusividade da web.
No Brasil, já assistimos
pela TV a horas de agonia durante o seqüestro do ônibus 174 no Rio, em 12 de
junho de 2000, que resultou na morte de uma refém e do seqüestrador. Vimos
também, em agosto de 2001, o apresentador e dono do SBT, Silvio Santos,
negociando por horas com o seqüestrador de sua filha Patrícia Abravanel,
Fernando Dutra Pinto, que exigiu a presença da imprensa e até do então
governador do Estado, Geraldo Alckmin, para garantir sua sobrevivência.
Em segundo lugar, porque
a hipótese de que exista um estado de excesso de informação apenas calibra
uma aspiração conservadora que pressupõe ser necessária uma hierarquia de
poder intelectual, que seria responsável por filtrar e entregar o conteúdo
aos receptores responsáveis.
O problema, portanto,
não é descobrir como limitar a quantidade de informações, mas sim como
ampliar, cada vez mais, o volume qualitativo do conteúdo midiático e cultural
que circula na Internet e fora dela. Isso passa por pensar parâmetros
críticos que nos ponham em confronto com a irrealidade cotidiana2.
Imagens anestésicas
É sintomática dessa
vertigem a reação de uma aluna Universidade do Norte de Illinois, onde em 14
de fevereiro de 2008 um rapaz matou quatro pessoas, feriu 17 e se suicidou.
De acordo com o que foi noticiado pela “Folha de S. Paulo”, ela teria dito:
"Olhei para a menina que estava do meu lado e perguntei: ‘Será que isso
é real? Acho que o professor está brincando’".
Numa semana em que esse
havia sido o quinto ataque com arma de fogo nos Estados Unidos, dos quais
quatro ocorreram em escolas, o testemunho da aluna lembra um desconcertante
filme de Cronenberg, “eXistenZ” (1999). Nesse filme, que retrata o teste de
um game por um grupo, os personagens vivem a angústia de não saber se estão
no universo do jogo ou vivendo suas vidas no mundo do qual vieram.
A reação da indústria
cinematográfica, televisiva e de games após os ataques terroristas de 11 de
Setembro, que levou a diversas alterações e reedições de produtos que
evocavam o desastre de forma não intencional é indicativa da fragilidade dos
limites entre realidade e ficção na contemporaneidade e da sagacidade de
Cronenberg.
Entre as vidas de
avatares e a existência humana, as fronteiras se diluem e aproximam-se do
contexto de “crise das imagens”, enunciado por Catherine David. De acordo com
essa crítica, vivemos hoje em meio a uma hemorragia de imagens que transitam,
sempre descontextualizadas, na publicidade e na indústria do entretenimento,
com tamanha intensidade, que se tornam invisíveis até tornarem-se anestésicas
(2007, pp. 147-148).
Uma anestesia que tende
a se confundir com o próprio espaço de convivência pública a reboque do
crescimento das redes sociais, como o MySpace e Facebook. Nessas redes,
prevalece um regime de alianças entre amigos tão sólido, que suprime a
possibilidade de conflito. Espaços de relacionamento protegidos, espécie de
jardins murados de redes dentro das redes, levam-nos a perguntar:
“Mas quem são
seus inimigos? O que significam os amigos para a constituição do
colaborativo? O que acontece à lógica criativa da tensão, que lhe é
constitutiva, quando tudo o que se tem é uma afirmação sem fim?” (Rossiter, 2007).
Nessa perspectiva, as
supostas redes sociais nos modelos Facebook ou Linkedin aparecem como sistemas
de trancamento de seus participantes nos limites de interação dos
proprietários desses espaços, detonando a universalidade dos protocolos da
web e tornando-se uma verdadeira rede anti-social (Bruns, 2008).
A rarefação do conflito
se acentua não só pelos círculos protegidos de amizade de afinidade, mas
também pelos recursos de personalização do conteúdo que a web 2.0 oferece por
meio do bem sucedido sistema de tags.
É bom lembrar aqui que
esse “2.0” não remete à emergência de um novo protocolo de internet, mas a
novos padrões de organização dos dados e de arquitetura de linkagem, que
modifica a internet por viabilizar outros usos. Ao invés de ser apenas um
gigantesco arquivo de páginas, ou seja de conteúdo disponível para consumo,
ela passa a funcionar como plataforma para desenvolvimento de aplicativos e
conteúdos.
Nessa perspectiva, os
padrões de organização da web 2.0 seriam os marcos fundadores da era do DIY
(“Do It Yourself”, faça você mesmo) e da época do CGC (“Consumer Generated
Content”, conteúdo gerado pelo consumidor). É só lembrar da “Wikipedia” que
esse termos se auto-esclarecem.
Há muito marketing nisso
tudo, mas é inegável que a arquitetura de linkagem da web 2.0 pode indicar
que a internet, enfim, sofrerá a passagem da cultura da página à cultura dos
dados, ou de um ambiente baseado na taxonomia para um baseado em
“companheironomias”3.
Tudo gira em torno de
tags cadastradas pelos assinantes de um serviço do tipo Last.fm ou
del.icio.us, que são apresentadas em ordem alfabética ou hierárquica.
Palavras escritas com letras menores indicam pouco acesso, as maiores são as
mais populares. São as “nuvens de informação” (“clouds”), outro termo que é
uma das marcas registradas da web 2.0.
Prevalece aqui o
conceito de inteligência distribuída que revigora o poder das
“nanoaudiências”, mas também do funil de informações que associa maior
quantidade com melhor qualidade (identidade não necessariamente
verdadeira...).
Neo-individualismo
Se a descentralização da
organização do conhecimento parece ser irreversível nesse processo, não deixa
de chamar atenção o quanto esse modelo atomiza a informação, redundando não
só em impossibilidade de visão do contexto, mas também em buscas menos
arriscadas, haja vista que a tendência é operar a partir dos filtros de uma
rede pessoal previamente conhecida.
O processo deve se
acentuar no contexto da comunicação móvel pelos modos como ela embaça os
contextos de espaço e tempo, ao invés de transcendê-los.
“A comunicação
wireless não transcende o tempo e o espaço, como freqüentemente se afirma,
nos termos de uma observação aparentemente baseada no senso comum. Ela
embaça, ao invés de transcender os quadros temporais e espaciais. Induz um
diferente tipo de espaço –o espaço dos fluxos–, composto de lugares em rede
onde a comunicação acontece, e um diferente tipo de tempo –um tempo sem
tempo- formado a partir da compressão do tempo e do desequenciamento das
práticas pelas ações multi-tarefas” (Castells, Fernandéz-Ardèvol,
Qiu & Araba, 2006, p. 250)
Esse embaçamento de
contextos promove uma mixagem de práticas organizacionais e sociais, que se
efetua na comunicação feita a partir de meios de transporte (carro, trens,
metrô), salas de espera, filas e em trânsito, muitas vezes inserindo e/ou
sendo mediadas por recursos multimídia como fotos e vídeos. Contudo, essa
mixagem não se faz de modo indeterminado.
“Ela (essa
mixagem de práticas diversas e diferentes contextos espaciais e temporais) é
centralizada no indivíduo comunicante. Portanto, é uma produção centralizada
individualmente do material e do processo social de comunicação. Dessa
maneira, redes de interação individual tendem a se libertar de organizações,
instituições, normas e restrições materiais, na base da conveniência pessoal
e adequação a projetos individuais. Como resultado disso, ocorre um
extraordinário fortalecimento da cultura do individualismo (significando a
primazia dos projetos e interesses individuais sobre as normas da sociedade
ou dos grupos de referência) em termos materiais. Por isso, o individualismo,
ao invés da mobilidade, é a tendência social da sociedade móvel (...)” (Idem, pp.
250-251)
Nesse contexto, fica
claro o paradoxal fenômeno do “individualismo em rede” (networked individualism),
conceito resultante de uma abrangente pesquisa do Netlab da Universidade de
Toronto sobre o impacto da internet nas comunidades sociais (Wellman,
Quan-Haase, Boase & Chen, 2003), que pode estar se consolidando via as
“companheironomias” agenciadas pelas tags e a expansão da comunicação móvel.
De acordo com os
pesquisadores do Netlab:
“As formas de
comunicação mediadas por computador estão se desenvolvendo em direção à
personalização, com mais controle das pessoas sobre as fontes das quais
querem receber mensagens, quando e sobre o quê. Essa forma de comunicação e
as interações que dela decorrem são mais adequadas às preferências e
necessidades pessoais, promovendo um modo mais individualizado de interagir e
uma forma de mobilização como redes fluidas de engajamento parcial. Isso pode
facilmente fragmentar organizações políticas, mas pode também facilitar a
construção de coalizões entre organizações políticas” (Idem)
1 - Rede de
relacionamento lançada em 2004 pelo então estudante de Harward Mark Zuckerberg,
o Facebook conta hoje com mais de 70 milhões de usuários e é o 2º site de
relacionamento mais popular e o 7º site mais acessado do mundo, de acordo com
dados publicados no próprio Facebook.
2 - “Viagem na
Irrealidade Cotidiana” é o título de um livro de Umberto Eco.
3 - Uma análise mais
detalhada da mecânica da web 2.0 pode ser acessada em outro artigo desta
autora: “Companheironomias” (2006), vide “Link-se” no final deste artigo.
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JÚLIO CÉSAR:
COPIADO E TRADUZIDO DE:
Obs. Traduzido diretamente pelo programa tradutor da
Internet – pode ser falha
na concordância da língua portuguesa.
CONFORME SE VERIFICA, A AÇÃO COMEÇA EM FEVEREIRO DO ANO 44
ANTES DE CRISTO E A MORTE DE CÉSAR OCORRERÁ CONFORME TEXTO
GRIFADO ABAIXO, Será no dia conhecido como o idos de março, o décimo
quinto dia do mês. César deve ser
assassinado nas câmaras Senado pelos punhais e espadas escondidas dos
conspiradores reunidos
A
ação começa em fevereiro de 44 aC. Júlio
César acaba reentrou Roma em triunfo depois de uma vitória na Espanha sobre os
filhos de seu velho inimigo, Pompeu, o Grande. Uma celebração espontânea interrompeu
e foi interrompido por Flávio e Marullus, dois inimigos políticos de César. Ela logo se torna evidente a partir de
suas palavras que forças poderosas e secretas estão trabalhando contra César.
César
aparece, com a presença de um trem de amigos e apoiadores, e é avisado por um
adivinho para "Cuidado com os Idos de Março", mas ele ignora o aviso
e folhas para os jogos e corridas que marcam a celebração da festa de Lupercal.
Após a saída de César, apenas dois homens ficaram para trás -
Marcus Brutus, um amigo pessoal de César, e
Cassius, um inimigo político de longo tempo de César. Ambos são de origem aristocrática e ver o fim de seu antigo privilégio
de reformas políticas de César e conquistas. Inveja do poder de César e prestígio, habilmente Cassius sondas para
descobrir onde condolências Brutus mentir. Como um homem da mais alta integridade pessoal, Brutus contra César em
princípio, apesar de sua amizade com ele.Cassius cautelosamente pergunta sobre
sentimentos de Brutus se fosse uma conspiração para derrubar César, ele não
encontra Brutus completamente contra a ideia, isto é, as ações Brutus
"algum objetivo" com Cassius, mas não queria "estar mais
longe se moveu." Os dois
homens parte, prometendo se encontrar novamente para futuras discussões.
Na
cena seguinte, é revelado que a conspiração Cassius falou em termos veladas já
é uma realidade. Ele reuniu um
grupo de aristocratas descontentes e desacreditados que estão muito dispostos a
assassinar César. Em parte para
ganhar o apoio do elemento respeitável da sociedade romana, Cassius convence
Brutus a cabeça da conspiração, e Brutus concorda em fazê-lo. Pouco depois, os planos são feitos em
uma reunião secreta em pomar Brutus ". A
data está marcada: Será no dia conhecido como o idos de março, o décimo
quinto dia do mês. César deve ser
assassinado nas câmaras Senado pelos punhais e espadas escondidas dos
conspiradores reunidos.
Após
a reunião é encerrada, a esposa de Brutus ", Portia, suspeitando de algo e
temendo pela segurança do marido, perguntas-lhe. Tocado por seu amor e devoção, Brutus
promete revelar seu segredo para ela mais tarde.
A
próxima cena tem lugar em casa de César. O
tempo é o início da manhã, a data, o ides fatídico de março. A noite anterior foi um estranho -
selvagem, tempestuoso e cheio de coisas estranhas e inexplicáveis acontecimentos e toda a cidade de Roma. A mulher de César, Calphurnia, aterrorizado por
pesadelos horríveis, convence César a não ir para o Capitólio, convencido de
que seus sonhos são presságios de catástrofes. Segundo o combinado, Brutus e os outros conspiradores
chegar para acompanhar César, na esperança de afastar todos os aviso possíveis
até que tê-lo totalmente em seu poder no Senado. Sem saber que ele está cercado
por assassinos e descartando exortações Calphurnia, o César vai com eles.
Apesar
dos melhores esforços dos conspiradores, um aviso é pressionado na mão de César
nos próprios degraus do Capitólio, mas ele se recusa a lê-lo. Sem perder mais tempo, os
conspiradores entram em ação. Propositadamente
pedindo um favor César sabem que ele vai recusar, eles se aproximam, como se
pedindo um favor, e, em seguida, pegando suas armas ocultas, eles matá-lo
diante dos olhos assustados dos senadores e espectadores.
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WILLIAM SHAKESPEARE ESCREVEU A PEÇA JULIO CESAR EM 1600/1608,
ONDE RESSALTA A FALA DE BRUTUS SOBRE O PODER QUE JUL.IO CÉSAR ESTAVA ADQUIRINDO
COMO DITADOR COMPARANDO COMO SE FOSSE UMA
SERPENTE QUE, DENTRO DO OVO NASCERÁ TRAVESSO, PORTANTO, A NECESSIDADE DE
MATÁ-LO.
Já no filme de Ingmar Bergman o Dr. Hans fala: ”É como um ovo de
serpente. Através da fina membrana, pode-se ver um réptil inteiramente formado” (Dr. Hans Vergerus
para Abel Rosenberg) alertando para o que estava nascendo na Alemanha às
vésperas do nazismo.
SOBRE SHAKESPEARE:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Avon, 23 de
Abril de 1616)[1] foi um poeta e dramaturgo inglês, tido
como o maiorescritor do idioma
inglês e o
mais influente dramaturgo do mundo.[2] É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmenteThe
Bard, "O Bardo"). De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças,[3] 154sonetos, dois longos poemas narrativos, e
diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas
do globo, e são encenadas mais do que as de qualquer outro dramaturgo.[4] Muitos de seus textos e temas,
especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo
revisitados com freqüência peloteatro, televisão, cinema e literatura. Entre
suas obras mais conhecidas estão Romeu e Julieta, que se tornou a história
de amor por excelência, e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da
língua inglesa: To be or not
to be: that's the question (Ser ou não
ser, eis a questão).
Seus personagens tornam-se cada vez mais complexos e alternam
entre o cômico e o dramático ou o grave, ou o trágico, expandindo, dessa forma,
suas próprias identidades. Esse período entre essas tais alternações começa e
termina com duas tragédias: Romeu
e Julieta, sem dúvida alguma sua peça mais famosa e a história sobre a
adolescência, o amor e a morte; e Júlio
César. O período chamado "período trágico" durou de 1600 a 1608,
QUEM ESCREVEU A
HISTÓRIA ANTIGA?
No
site abaixo a wikipedia tem um amplo estudo sobre os historiadores:
ABAIXO, UM TEXTO TIRADO
DA WIKIPEDIA SOBRE HISTORIOGRAFIA QUE ABRANGE O PERÍODO JÚLIO CESAR, ONDE SE
NOTA QUE O PRÓPRIO IMPERADOR ESCREVEU SOBRE SEUS FEITOS...
Salústio, o Tucídides romano, escreveu De Coniuratione Catilinae (A conjuração de Catilina, da qual foi contemporâneo, no ano de 63 a.C.). Faz um extenso relato das causas remotas da conjuração, assim como das ambições de Catilina, retractado como um nobre degenerado e sem escrúpulos. Em Bellum Ingurthinum ("A Guerra de Jugurta" rei dos númidas, 111 a.C. – 105 a.C.), denuncia um escândalo colonial. Historiae foi a sua obra mais ambiciosa e madura, parcialmente conservada que abrange, em cinco livros, os doze anos transcorridos após a morte de Sila em 78 a.C. até 67 a.C.. Não e a precisão histórica que lhe interessa e sim a narração de alguns factos com as suas causas e consequências, assim como a oportunidade de esclarecer o processo de degeneração em que a República se viu imersa. Além dos indivíduos, o objecto da sua observação centra-se nas classes sociais e nas facções políticas: idealiza um passado virtuoso, e detecta um processo de decadência que atribui aos vícios morais, à discórdia social e ao abuso do poder pelas diferentes facções políticas.
Júlio César com
o seu "Commentarii Rerum Gestarum", acerca de duas das maiores
operações militares que conduziu, as Guerras da Gália(58 a.C. – 52 a.C.) (De Bello Gallico) e a guerra civil (49 a.C. – 48 (De
Bello Civili).
Tito Lívio (59 a.C. – 17),
com os cento e quarenta e dois livros de "Ab Urbe Condita",
divididos em grupos de dez livros, conhecidos como "Décadas",
actualmente perdidos em sua maior parte, escreveu uma grande História nacional,
cujo único tema é Roma ("fortuna populi romani"), e cujos únicos
actores são o Senado e
as pessoas de Roma ("senatus populusque romanus", SPQR).
O seu objectivo geral é ético e didáctico; os seus métodos foram os do grego Isócrates do século IV a.C.: é dever da História dizer a
verdade e ser imparcial, mas a verdade deve apresentar-se de uma maneira
elaborada e literária. Ele utilizou como fonte os
primeiros analistas e Políbio, mas o seu patriotismo levou-o a
distorcer a realidade em detrimento do exterior e a um espírito crítico pobre.
É um historiador de gabinete, não viaja nem conhece pessoalmente os cenários
dos eventos que descreve.
Tácito (55 - 120),
o grande historiador do Império sob os Flávios, é, acima de tudo, um
investigador das causas.
A lista de historiadores da época romana é
vasta, tanto em língua latina (Plínio, o velho, Suetónio e
outros[16] ou grega (Estrabão, Plutarco).
Na decadência de Roma, o Cristianismo virá
a dar uma mudança metodológica radical, introduzindo o providencialismo de Agostinho de Hipona.
É exemplo Orósio, presbítero hispânico de Braga ("Historiae adversum paganus").