terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

TEXTO DE APOIO - O OVO DA SERPENTE

QUAL O SIGNIFICADO DO TERMO "O OVO DA SERPENTE" MUITO UTILIZADO EM
SITUAÇÃO DE ADVERTÊNCIA PARA ALGUM PERIGO INSTITUCIONAL IMINENTE?
GERALMENTE ESSA FRASE VEM VINCULADA A QUESTÕES POLITICAS. RECOLHI
O MATERIAL ABAIXO EM CONTRIBUIÇÃO AO NOSSO ESTUDO. BOA LEITURA.
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                                    ORIGEM DO NOME: O OVO DA SERPENTE

Wikypedia:
O ovo da serpente (Das Schlangenei Alemanha /The Serpent's Egg Estados Unidos) é um filmeestadunidense e alemão de 1977, produzido por Dino De Laurentiis, dirigido por Ingmar Bergman, editado por Petra von Oelffen, trilha sonora de Rolf A. Wilhelm, direção de arte deWerner Achmann, fotografia de Sven Nykvist, e estrelando David Carradine como Abel Rosenberg. É ambientado na Berlim dos anos 20.
Este foi o único filme hollywoodiano de Bergman. O título foi retirado de uma linha falada por Brutus em Shakespeare :Júlio César 
And therefore think him as a serpent's egg
Which hatch'd, would, as his kind grow mischievous;
And kill him in the shell.

Elenco

§         Liv Ullmann (Manuela Rosenberg)
§         David Carradine (Abel Rosenberg)
§         Gert Fröbe (Inspetor Bauer)
§         Heinz Bennent (Hans Vergérus)
§         James Whitmore (Padre)

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Ovo da Serpente é um 1977 Americano- Alemanha Ocidental filme co-produzido, dirigido porIngmar Bergman e estrelado por David Carradine e Liv Ullmann . A história se passa em 1920 em Berlim e apresenta o diálogo Inglês e Alemão. Este foi um de Bergman e só filme de Hollywood . O título é tirado de uma linha falada por Brutus em Shakespeare Júlio César :
E, portanto, pensar nele como um ovo de serpente / Que hatch'd, deverá, em sua espécie crescer travesso; / E matá-lo no shell.

Sinopse

Abel Rosenberg é um judeu americano em Berlim , após a I Guerra Mundial . Pobreza e da inflação ter destruído a economia alemã no momento . Ele vive com sua irmã-de-lei Manuela, aprostituta e cabaret performer. A história tem lugar na semana seguinte a morte de seu irmão.Abel aceita um emprego oferecido por um conhecido, o professor Hans Vergerus.
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ESTA É A FRASE E A SUA TRADUÇÃO:



and therefore think him as a serpent's egg Which hatch'd, would, as his kind grow mischievous; And kill him in the shell.


e, portanto, pensar nele como um ovo de serpente, que hatch'd, deverá, em sua espécie crescer travesso; E matá-lo no shell.

e, portanto, pensar nele como um ovo de serpente, que incubado, deverá, em sua espécie crescer travesso; E matá-lo na casca.



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Ninguém vai acreditar em você, apesar de que qualquer um que fizer um
mínimo esforço pode ver o que lhe espera no futuro. É como um ovo
de uma serpente. Através das finas membranas, pode-se discernir o réptil
perfeitamente concebido.

Tirado de:


196
Ninguém vai acreditar em você, apesar de que qualquer um que fi zer um
mínimo esforço pode ver o que lhe espera no futuro. É como um ovo
de uma serpente. Através das fi nas membranas, pode-se discernir o réptil
perfeitamente concebido.
    O Ovo da Serpente (fi lme de Ingmar Bergman, 1977)
1
Desde o início da sociabilidade humana, descrito por Rousseau no seu
segundo Discurso — período conhecido como “idade de ouro”, “sociedade
começada”, ou ainda, na Carta a Beaumont, “segundo estado” —, notamos as
sementes, isto é, o anúncio das desmedidas vindouras da sociedade totalmente
consolidada. Já observamos nesta época a ação de um princípio que promoverá,
mais adiante, no estado social, tanto nossas misérias como também a violência
generalizada que nos abate. Tal princípio é o amor-próprio juntamente com
o desejo de se distinguir dos demais. Claro que esse princípio não se encontra
totalmente desenvolvido, mas, como aponta a metáfora do ovo, está em um
estado embrionário. Além disso, suas possibilidades de satisfação encontramse bastante limitadas, uma vez que ainda se fundam em distinções concretas
entre os homens. Contudo, como veremos a seguir, isto é o sufi ciente para
gerar algumas disputas funestas e incitar algumas paixões nos corações
humanos que não existiam no estado natural.
Faz-se necessário buscar a gênese do amor-próprio, tentando entender
como ele surge no processo de degeneração do amor-de-si. Um processo
que aqui chamaremos de “alienação”, apesar de Rousseau não utilizar essa
expressão, pelo menos não com o signifi cado que aqui queremos expressar,
referente ao momento em que o homem sai de si e passa a viver em seu
exterior, quando ele começa a viver de acordo com a opinião pública, de
acordo com o olhar do outro. Rousseau chega a utilizar o termo “alienação”
no Contrato social, mas com um sentido unicamente jurídico


 
A República de Weimar vista por Bergman*

Luiz Santiago 


[…] qualquer um que fizer o mínimo esforço poderá ver o que nos espera no futuro. É como um ovo de serpente. Através das membranas finas pode-se distinguir o réptil já perfeitamente formado. 

Hans Vergerus 



Produzido pelo badalado Dino De Laurentiis (de Noites de Cabíria (1957),Serpico (1973) e Hannibal (2001), só pra citar algumas produções de seu currículo), com colaboração germano-americana, O Ovo da Serpente(1977), de Ingmar Bergman é a melhor reprodução cinematográfica da República de Weimar e do surgimento do nazismo na Alemanha¹. 

O cineasta sueco escreveu o roteiro sob meticulosa pesquisa histórica, e nele, retratou com muita fidelidade os primeiros passos de uma sociedade que já dividida, desembocaria nas mãos do nacional-socialismo a partir de 1933. Façamos, antes, uma breve passagem pelos eventos que construíram esse tempo histórico. 

Com a queda da monarquia na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, a cidade de Weimar (onde morreu Goethe) foi escolhida como sede do novo governo, uma República liberal que precisava guiar em país destruído pela guerra. Os primeiros anos da República de Weimar são de profunda crise interna, da qual destacamos alguns eventos: 

a) Fracasso industrial, e monumental inflação; 

b) Impunidade dos assassinos políticos, que agiam em larga escala - segundo o historiador alemão Peter Gay, em seu livro A Cultura de Weimar, o fato de o novo governo não empreender uma reforma judiciária foi um dos seus grandes erros; 

c) Diversas tentativas de derrubar o governo; 

d) A "crise moral" - e muitas outras - causada pela assinatura do Tratado de Versalhes; 

e) A ocupação de Ruhr pela França; 

f) O crescimento desenfreado do fanatismo político, do anti-semitismo e da xenofobia. 

Nesse caos social, a moderna centelha cultural condenada pela monarquia ganhou espaço livre para manifestar-se, e é então que temos a Bauhaus, A ópera dos três vinténs, A Montanha Mágica, O Gabinete do Dr. Caligari,Dr. Mabuse, Nosferatu, Metropolis, O Anjo Azul, etc. O expressionismo nas artes deste período representava artisticamente a insegurança e as diversas crises do país, sendo o medo, o principal fantasma. 

Bergman constrói com impecável riqueza de detalhes o mundo sangrento, paranoico e instável que era a Alemanha de 1923, ano em que se passa o seu filme, no período de 3 a 11 de Novembro, semana do Putsch de Munique. 

O Ovo da Serpente é a história de Abel Rosenberg (David Carradine, em atuação magnífica), um trapezista judeu que vê o seu mundo desmoronar a partir do suicídio de seu irmão, e sua vida se resume a lutar pela sobrevivência ao lado de sua cunhada Manuella (Liv Ullman, como sempre, fenomenal), uma cantora de cabaré. 

Bergman insere em suas características autorais o mundo que se dispõe representar, e com a fenomenal fotografia de Sven Nykvist, percorre esses mundos com sua devida aura, captadas de campos observadores muito representativos. Um desses mundos é o do espetáculo, e assistimos as apresentações do cabaré (com Liv Ullman cantando em alemão) e de um bar jazz em Berlim, com músicos alemães de caras pintadas de preto. 

O anti-semitismo da República de Weimar é visto desde a segunda cena do filme, quando o delegado de polícia pergunta a Abel se ele é judeu, e mais adiante o prende como sendo suspeito de uma série de "assassinatos brutais e misteriosos". Em outra cena, um grupo de jovens alemães obrigam dois judeus a lavarem uma calçada com escovas, atitude ignorada pelo policial que passa e vê a cena, mas não faz nada. Bergman mostra sem sentimentalismo como o anti-semitismo se espalhou pela cidade, e o discurso de justificativa para esse ódio, tão grande quanto o destinado aos "bolchevistas". Através dos jornais e das batidas policiais em "estabelecimentos judeus" (o caso do cabaré onde Manuella trabalha é um exemplo), é possível identificar como o discurso anti-semita tinha força, e já nos anos 1920, causava destruição, mesmo em uma Alemanha cuja forma de governo era uma República. 

O desemprego e a fome estão em toda parte na Berlim dos "loucos anos". A cidade parece uma carcaça por dentro, encoberta pela arquitetura. Em uma cena chocante, vemos pessoas cortarem a carne de um cavalo morto para alimentar-se. Também acompanhamos a constante desvalorização do marco, até o ponto em que o valor impresso da moeda não importava mais, e a venda era feita pelo peso que tinha o dinheiro. 

A luta pela sobrevivência é a ordem a ser cumprida, e o medo acompanha as ações vacilantes de uma sociedade que se decompõe. 

A libido se ajusta à histeria e ao desalento. 

O ponto-chave e revelador da obra é quando a história das experiências com seres humanos é esclarecida, em uma das mais supremas cenas do cinema, onde a maestria do corte, do enquadramento e da direção podem ser vistas em seu ápice. Entre pequenos curtas-metragens feitos durante as "observações", os closes descritivos em um silencioso David Carradine falam mais do que páginas e páginas de um roteiro. O profético discurso final do cientista dá conta do caminho perigoso pelo qual segue a Alemanha, e ressalta a "passividade" do povo judeu, que segue como ovelhas para o matadouro (polêmica também trabalhada por Hannah Arendt). 

O desfecho do filme é a triste revelação de um indivíduo "contaminado" pela virulenta metrópole, que tem a oportunidade de sair daquele espaço que se decompõe, mas não o consegue, e se perde entre pedestres e ruas molhadas pela constante chuva, para nunca mais ser visto. 

O realismo com que Bergman nos apresenta a Berlim de 1923 é espantoso. Os figurinos de Charlotte Fleming também merecem destaque, pela adequação dramática e imagética perfeitas. 

Em O Ovo da Serpente, Bergman empreende uma obra dotada de forte senso crítico-social e de uma exposição memorável da história. Com profunda força imagética, o diretor consegue construir uma sociedade que vivia sob o medo, e denuncia os "motivos pelos quais" o futuro tenebroso falaria por si. 

Até mesmo a posição de alemães antinazistas é abordada, e a descrença em Hitler, por ocasião do Putsch de Munique, é verbalizada em cena simbólica. 

O Ovo da Serpente é um supremo exercício cinematográfico, com atuações irreparáveis - inclusive do elenco de apoio - e com a louvável direção de Ingmar Bergman, que usou de seu profundo conhecimento da alma humana para transformar em celuloide o sentimento de uma época, fazendo-o de forma única e magnífica. 
(1) Rainer Werner Fassbinder também nos legou uma notável contribuição sobre o tema, em sua série para a TV, Berlin Alexanderplatz (1980), onde percorre o período com profundidade amarga através de suas personagens não menos atormentadas que o mundo onde viviam. 



O OVO DA SERPENTE (Das Schlangenei, EUA/Alemanha Ocidental, 1977) 

Direção: Ingmar Bergman. 

Elenco principal: David Carradine, Liv Ullmann, Heinz Bennent, Gert Fröbe, Edith Heerdegen. 

Cotação: ***** 


Este artigo é parte do Ciclo Bergman no Cine Revista.
*Artigo originalmente postado no blog "Cinebulição"(http://www.cinebuli.blogspot.com)




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”É como um ovo de serpente. Através da fina membrana, pode-se ver um réptil inteiramente formado” (Dr. Hans Vergerus para Abel Rosenberg em “O Ovo da Serpente”, de Ingmar Bergman)


novo mundo
POLÍTICA
O ovo da serpente 2.0
Por Giselle Beiguelman
Esvaziamento da esfera pública faz parte da cultura das redes de relacionamento na internet
”É como um ovo de serpente. Através da fina membrana, pode-se ver um réptil inteiramente formado” (Dr. Hans Vergerus para Abel Rosenberg em “O Ovo da Serpente”, de Ingmar Bergman)

O aumento da banda da telefonia móvel, a proliferação das redes sem-fio e a multiplicação das plataformas dos chamados softwares sociais (como blogs e redes de relacionamento, como o Facebook etc.) vêm produzindo mudanças sem precedentes nas formas de comunicação, produção e circulação de informações.
Entre outras implicações, essas variáveis apontam para a diminuição do gap de conectividade entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento e a expansão das formas de conhecimento colaborativo.
Mas, tão importantes quanto essas relações emergentes, tem sido o aumento do uso promocional de suas ferramentas com finalidades de marketing, inaugurando a curiosa era dos “fansumidores”, como chamou atenção o jornalista de tecnologia do “Guardian“, Jack Schofield, comentando a inauguração do sistema de “publicidade social” no Facebook1.
Nesse sistema, sites comerciais parceiros do Facebook organizam comunidades em torno de suas marcas e garantem uma distribuição dos anúncios de forma segmentada. A catequese das marcas pela web 2.0 é um fenômeno a ser estudado, especialmente em sites como o YouTube, em que empresas especializadas em marketing viral têm investido pesado, forjando uma estética amadora e de furos de making of que nunca existiram.
Para além do fetiche das mercadorias, essa modalidade de uso das redes sociais indica um esvaziamento da esfera pública e uma fragilização da política como arena de negociação coletiva que me parece importante interrogar, relacionando alguns fatos recentes às transformações tecnológicas das quais temos sido testemunhos e atores.

Press kit mórbido
Em abril de 2007, o estudante Cho Seung-hui matou 32 pessoas na universidade em que estudava, no Estado americano da Virgínia. Antes disso, tomou todos os cuidados para produzir um press kit mórbido, com depoimentos em vídeo, fotos e textos que supostamente explicavam seu crime. Postou tudo na internet e enviou pelo correio a uma grande rede de TV americana. Terminado o massacre, suicidou-se.
O requinte da pré-produção que, profissionalmente, já mirava a pós-produção, se explicita no jogo da “vigilância neopanótica”, como conceituou Timothy Druckrey, “que resulta em um desejo quase compulsivo –que se poderia chamar de fetichista– de fazer com que virtualmente tudo seja acessível na forma de uma imagem” (2000, p. 94).
Um desastre aéreo ocorrido na cidade de São Paulo, poucos meses depois do massacre da Virginia, em julho de 2007, colocaria em evidência, por vezes com requintes de perversidade, a lógica de fomento à superexpsosição que vem atualizando a sociedade do espetáculo como sociedade overmidiática que é “over” não porque é excessiva, mas por que é redundante.
Os inúmeros inputs em blogs e sites de publicação de vídeos, que acompanharam o desastre da TAM, no aeroporto de Congonhas, colocaram em circulação desde fotomontagens grosseiras a centenas de vídeos que retratavam fumaça, borrões e conversas domésticas triviais de fundo. Demonstravam, assim, os limites do jornalismo informal e sua capacidade de fazer divulgar não-notícias desinformativas num mundo em que muitos brigam pelo direito à “ciberlebridade” de pelos menos meia dúzia de hits.
O assassinato de oito estudantes na Finlândia, em 7 de novembro de 2007, postado e anunciado no YouTube com antecedência, veio coroar essa série de reveses como indicativos de uma sociopatia emergente: a possibilidade de, no mundo em que todo mundo se “tuba” e se publica com dois cliques, a história acontecer antes mesmo dos fatos terem ocorrido (ou vice-versa).
Não se trata de discutir aqui a espetacularização da violência e associá-la a um suposto atavismo tecnológico que relaciona o “excesso de informação” agenciado pela internet a desvios de comportamento. Primeiramente, porque essa relação é falsa. O casamento crime e mídia não é novidade, nem exclusividade da web.
No Brasil, já assistimos pela TV a horas de agonia durante o seqüestro do ônibus 174 no Rio, em 12 de junho de 2000, que resultou na morte de uma refém e do seqüestrador. Vimos também, em agosto de 2001, o apresentador e dono do SBT, Silvio Santos, negociando por horas com o seqüestrador de sua filha Patrícia Abravanel, Fernando Dutra Pinto, que exigiu a presença da imprensa e até do então governador do Estado, Geraldo Alckmin, para garantir sua sobrevivência.
Em segundo lugar, porque a hipótese de que exista um estado de excesso de informação apenas calibra uma aspiração conservadora que pressupõe ser necessária uma hierarquia de poder intelectual, que seria responsável por filtrar e entregar o conteúdo aos receptores responsáveis.
O problema, portanto, não é descobrir como limitar a quantidade de informações, mas sim como ampliar, cada vez mais, o volume qualitativo do conteúdo midiático e cultural que circula na Internet e fora dela. Isso passa por pensar parâmetros críticos que nos ponham em confronto com a irrealidade cotidiana2.

Imagens anestésicas
É sintomática dessa vertigem a reação de uma aluna Universidade do Norte de Illinois, onde em 14 de fevereiro de 2008 um rapaz matou quatro pessoas, feriu 17 e se suicidou. De acordo com o que foi noticiado pela “Folha de S. Paulo”, ela teria dito: "Olhei para a menina que estava do meu lado e perguntei: ‘Será que isso é real? Acho que o professor está brincando’".
Numa semana em que esse havia sido o quinto ataque com arma de fogo nos Estados Unidos, dos quais quatro ocorreram em escolas, o testemunho da aluna lembra um desconcertante filme de Cronenberg, “eXistenZ” (1999). Nesse filme, que retrata o teste de um game por um grupo, os personagens vivem a angústia de não saber se estão no universo do jogo ou vivendo suas vidas no mundo do qual vieram.
A reação da indústria cinematográfica, televisiva e de games após os ataques terroristas de 11 de Setembro, que levou a diversas alterações e reedições de produtos que evocavam o desastre de forma não intencional é indicativa da fragilidade dos limites entre realidade e ficção na contemporaneidade e da sagacidade de Cronenberg.
Entre as vidas de avatares e a existência humana, as fronteiras se diluem e aproximam-se do contexto de “crise das imagens”, enunciado por Catherine David. De acordo com essa crítica, vivemos hoje em meio a uma hemorragia de imagens que transitam, sempre descontextualizadas, na publicidade e na indústria do entretenimento, com tamanha intensidade, que se tornam invisíveis até tornarem-se anestésicas (2007, pp. 147-148).
Uma anestesia que tende a se confundir com o próprio espaço de convivência pública a reboque do crescimento das redes sociais, como o MySpace e Facebook. Nessas redes, prevalece um regime de alianças entre amigos tão sólido, que suprime a possibilidade de conflito. Espaços de relacionamento protegidos, espécie de jardins murados de redes dentro das redes, levam-nos a perguntar:
“Mas quem são seus inimigos? O que significam os amigos para a constituição do colaborativo? O que acontece à lógica criativa da tensão, que lhe é constitutiva, quando tudo o que se tem é uma afirmação sem fim?” (Rossiter, 2007).
Nessa perspectiva, as supostas redes sociais nos modelos Facebook ou Linkedin aparecem como sistemas de trancamento de seus participantes nos limites de interação dos proprietários desses espaços, detonando a universalidade dos protocolos da web e tornando-se uma verdadeira rede anti-social (Bruns, 2008).
A rarefação do conflito se acentua não só pelos círculos protegidos de amizade de afinidade, mas também pelos recursos de personalização do conteúdo que a web 2.0 oferece por meio do bem sucedido sistema de tags.
É bom lembrar aqui que esse “2.0” não remete à emergência de um novo protocolo de internet, mas a novos padrões de organização dos dados e de arquitetura de linkagem, que modifica a internet por viabilizar outros usos. Ao invés de ser apenas um gigantesco arquivo de páginas, ou seja de conteúdo disponível para consumo, ela passa a funcionar como plataforma para desenvolvimento de aplicativos e conteúdos.
Nessa perspectiva, os padrões de organização da web 2.0 seriam os marcos fundadores da era do DIY (“Do It Yourself”, faça você mesmo) e da época do CGC (“Consumer Generated Content”, conteúdo gerado pelo consumidor). É só lembrar da “Wikipedia” que esse termos se auto-esclarecem.
Há muito marketing nisso tudo, mas é inegável que a arquitetura de linkagem da web 2.0 pode indicar que a internet, enfim, sofrerá a passagem da cultura da página à cultura dos dados, ou de um ambiente baseado na taxonomia para um baseado em “companheironomias”3.
Tudo gira em torno de tags cadastradas pelos assinantes de um serviço do tipo Last.fm ou del.icio.us, que são apresentadas em ordem alfabética ou hierárquica. Palavras escritas com letras menores indicam pouco acesso, as maiores são as mais populares. São as “nuvens de informação” (“clouds”), outro termo que é uma das marcas registradas da web 2.0.
Prevalece aqui o conceito de inteligência distribuída que revigora o poder das “nanoaudiências”, mas também do funil de informações que associa maior quantidade com melhor qualidade (identidade não necessariamente verdadeira...).

Neo-individualismo
Se a descentralização da organização do conhecimento parece ser irreversível nesse processo, não deixa de chamar atenção o quanto esse modelo atomiza a informação, redundando não só em impossibilidade de visão do contexto, mas também em buscas menos arriscadas, haja vista que a tendência é operar a partir dos filtros de uma rede pessoal previamente conhecida.
O processo deve se acentuar no contexto da comunicação móvel pelos modos como ela embaça os contextos de espaço e tempo, ao invés de transcendê-los.
“A comunicação wireless não transcende o tempo e o espaço, como freqüentemente se afirma, nos termos de uma observação aparentemente baseada no senso comum. Ela embaça, ao invés de transcender os quadros temporais e espaciais. Induz um diferente tipo de espaço –o espaço dos fluxos–, composto de lugares em rede onde a comunicação acontece, e um diferente tipo de tempo –um tempo sem tempo- formado a partir da compressão do tempo e do desequenciamento das práticas pelas ações multi-tarefas” (Castells, Fernandéz-Ardèvol, Qiu & Araba, 2006, p. 250)
Esse embaçamento de contextos promove uma mixagem de práticas organizacionais e sociais, que se efetua na comunicação feita a partir de meios de transporte (carro, trens, metrô), salas de espera, filas e em trânsito, muitas vezes inserindo e/ou sendo mediadas por recursos multimídia como fotos e vídeos. Contudo, essa mixagem não se faz de modo indeterminado.
“Ela (essa mixagem de práticas diversas e diferentes contextos espaciais e temporais) é centralizada no indivíduo comunicante. Portanto, é uma produção centralizada individualmente do material e do processo social de comunicação. Dessa maneira, redes de interação individual tendem a se libertar de organizações, instituições, normas e restrições materiais, na base da conveniência pessoal e adequação a projetos individuais. Como resultado disso, ocorre um extraordinário fortalecimento da cultura do individualismo (significando a primazia dos projetos e interesses individuais sobre as normas da sociedade ou dos grupos de referência) em termos materiais. Por isso, o individualismo, ao invés da mobilidade, é a tendência social da sociedade móvel (...)” (Idem, pp. 250-251)
Nesse contexto, fica claro o paradoxal fenômeno do “individualismo em rede” (networked individualism), conceito resultante de uma abrangente pesquisa do Netlab da Universidade de Toronto sobre o impacto da internet nas comunidades sociais (Wellman, Quan-Haase, Boase & Chen, 2003), que pode estar se consolidando via as “companheironomias” agenciadas pelas tags e a expansão da comunicação móvel.
De acordo com os pesquisadores do Netlab:
“As formas de comunicação mediadas por computador estão se desenvolvendo em direção à personalização, com mais controle das pessoas sobre as fontes das quais querem receber mensagens, quando e sobre o quê. Essa forma de comunicação e as interações que dela decorrem são mais adequadas às preferências e necessidades pessoais, promovendo um modo mais individualizado de interagir e uma forma de mobilização como redes fluidas de engajamento parcial. Isso pode facilmente fragmentar organizações políticas, mas pode também facilitar a construção de coalizões entre organizações políticas” (Idem)
1 - Rede de relacionamento lançada em 2004 pelo então estudante de Harward Mark Zuckerberg, o Facebook conta hoje com mais de 70 milhões de usuários e é o 2º site de relacionamento mais popular e o 7º site mais acessado do mundo, de acordo com dados publicados no próprio Facebook.

2 - “Viagem na Irrealidade Cotidiana” é o título de um livro de Umberto Eco.

3 - Uma análise mais detalhada da mecânica da web 2.0 pode ser acessada em outro artigo desta autora: “Companheironomias” (2006), vide “Link-se” no final deste artigo.

1 




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JÚLIO CÉSAR:

COPIADO E TRADUZIDO DE:

Obs. Traduzido diretamente pelo programa tradutor da Internet – pode ser falha
na concordância da língua portuguesa.

CONFORME SE VERIFICA, A AÇÃO COMEÇA EM FEVEREIRO DO ANO 44 ANTES DE CRISTO E A MORTE DE CÉSAR OCORRERÁ CONFORME TEXTO
GRIFADO ABAIXO, Será no dia conhecido como o idos de março, o décimo quinto dia do mês. César deve ser assassinado nas câmaras Senado pelos punhais e espadas escondidas dos conspiradores reunidos




A ação começa em fevereiro de 44 aC. Júlio César acaba reentrou Roma em triunfo depois de uma vitória na Espanha sobre os filhos de seu velho inimigo, Pompeu, o Grande. Uma celebração espontânea interrompeu e foi interrompido por Flávio e Marullus, dois inimigos políticos de César. Ela logo se torna evidente a partir de suas palavras que forças poderosas e secretas estão trabalhando contra César.
César aparece, com a presença de um trem de amigos e apoiadores, e é avisado por um adivinho para "Cuidado com os Idos de Março", mas ele ignora o aviso e folhas para os jogos e corridas que marcam a celebração da festa de Lupercal.
Após a saída de César, apenas dois homens ficaram para trás - Marcus Brutus, um amigo pessoal de César, e Cassius, um inimigo político de longo tempo de César. Ambos são de origem aristocrática e ver o fim de seu antigo privilégio de reformas políticas de César e conquistas. Inveja do poder de César e prestígio, habilmente Cassius sondas para descobrir onde condolências Brutus mentir. Como um homem da mais alta integridade pessoal, Brutus contra César em princípio, apesar de sua amizade com ele.Cassius cautelosamente pergunta sobre sentimentos de Brutus se fosse uma conspiração para derrubar César, ele não encontra Brutus completamente contra a ideia, isto é, as ações Brutus "algum objetivo" com Cassius, mas não queria "estar mais longe se moveu." Os dois homens parte, prometendo se encontrar novamente para futuras discussões.
Na cena seguinte, é revelado que a conspiração Cassius falou em termos veladas já é uma realidade. Ele reuniu um grupo de aristocratas descontentes e desacreditados que estão muito dispostos a assassinar César. Em parte para ganhar o apoio do elemento respeitável da sociedade romana, Cassius convence Brutus a cabeça da conspiração, e Brutus concorda em fazê-lo. Pouco depois, os planos são feitos em uma reunião secreta em pomar Brutus ". A data está marcada: Será no dia conhecido como o idos de março, o décimo quinto dia do mês. César deve ser assassinado nas câmaras Senado pelos punhais e espadas escondidas dos conspiradores reunidos.
Após a reunião é encerrada, a esposa de Brutus ", Portia, suspeitando de algo e temendo pela segurança do marido, perguntas-lhe. Tocado por seu amor e devoção, Brutus promete revelar seu segredo para ela mais tarde.
A próxima cena tem lugar em casa de César. O tempo é o início da manhã, a data, o ides fatídico de março. A noite anterior foi um estranho - selvagem, tempestuoso e cheio de coisas estranhas e inexplicáveis ​​acontecimentos e toda a cidade de Roma. A mulher de César, Calphurnia, aterrorizado por pesadelos horríveis, convence César a não ir para o Capitólio, convencido de que seus sonhos são presságios de catástrofes. Segundo o combinado, Brutus e os outros conspiradores chegar para acompanhar César, na esperança de afastar todos os aviso possíveis até que tê-lo totalmente em seu poder no Senado. Sem saber que ele está cercado por assassinos e descartando exortações Calphurnia, o César vai com eles.
Apesar dos melhores esforços dos conspiradores, um aviso é pressionado na mão de César nos próprios degraus do Capitólio, mas ele se recusa a lê-lo. Sem perder mais tempo, os conspiradores entram em ação. Propositadamente pedindo um favor César sabem que ele vai recusar, eles se aproximam, como se pedindo um favor, e, em seguida, pegando suas armas ocultas, eles matá-lo diante dos olhos assustados dos senadores e espectadores.
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WILLIAM SHAKESPEARE ESCREVEU A PEÇA JULIO CESAR EM 1600/1608, ONDE RESSALTA A FALA DE BRUTUS SOBRE O PODER QUE JUL.IO CÉSAR ESTAVA ADQUIRINDO COMO DITADOR COMPARANDO  COMO SE FOSSE UMA SERPENTE QUE, DENTRO DO OVO NASCERÁ TRAVESSO, PORTANTO, A NECESSIDADE DE MATÁ-LO.
Já no filme de Ingmar Bergman o Dr. Hans  fala: ”É como um ovo de serpente. Através da fina membrana, pode-se ver um réptil inteiramente formado” (Dr. Hans Vergerus para Abel Rosenberg) alertando para o que estava nascendo na Alemanha às vésperas do nazismo.

SOBRE SHAKESPEARE:

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 26 de Abril de 1564 — Stratford-upon-
Avon, 23 de Abril de 1616)[1] foi um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maiorescritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo.[2] É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmenteThe Bard, "O Bardo"). De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças,[3] 154sonetos, dois longos poemas narrativos, e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do globo, e são encenadas mais do que as de qualquer outro dramaturgo.[4] Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo revisitados com freqüência peloteatro, televisão, cinema e literatura. Entre suas obras mais conhecidas estão Romeu e Julieta, que se tornou a história de amor por excelência, e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that's the question (Ser ou não ser, eis a questão).
Seus personagens tornam-se cada vez mais complexos e alternam entre o cômico e o dramático ou o grave, ou o trágico, expandindo, dessa forma, suas próprias identidades. Esse período entre essas tais alternações começa e termina com duas tragédias: Romeu e Julieta, sem dúvida alguma sua peça mais famosa e a história sobre a adolescência, o amor e a morte; e Júlio César. O período chamado "período trágico" durou de 1600 a 1608,

QUEM ESCREVEU A HISTÓRIA ANTIGA?
No site abaixo a wikipedia tem um amplo estudo sobre os historiadores:

ABAIXO, UM TEXTO TIRADO DA WIKIPEDIA SOBRE HISTORIOGRAFIA QUE ABRANGE O PERÍODO JÚLIO CESAR, ONDE SE NOTA QUE O PRÓPRIO IMPERADOR ESCREVEU SOBRE SEUS FEITOS...

Salústio
, o Tucídides romano, escreveu De Coniuratione Catilinae (A conjuração de Catilina, da qual foi contemporâneo, no ano de 63 a.C.). Faz um extenso relato das causas remotas da conjuração, assim como das ambições de Catilina, retractado como um nobre degenerado e sem escrúpulos. Em Bellum Ingurthinum ("A Guerra de Jugurta" rei dos númidas, 111 a.C.  105 a.C.), denuncia um escândalo colonial. Historiae foi a sua obra mais ambiciosa e madura, parcialmente conservada que abrange, em cinco livros, os doze anos transcorridos após a morte de Sila em 78 a.C. até 67 a.C.. Não e a precisão histórica que lhe interessa e sim a narração de alguns factos com as suas causas e consequências, assim como a oportunidade de esclarecer o processo de degeneração em que a República se viu imersa. Além dos indivíduos, o objecto da sua observação centra-se nas classes sociais e nas facções políticas: idealiza um passado virtuoso, e detecta um processo de decadência que atribui aos vícios morais, à discórdia social e ao abuso do poder pelas diferentes facções políticas.
Júlio César com o seu "Commentarii Rerum Gestarum", acerca de duas das maiores operações militares que conduziu, as Guerras da Gália(58 a.C.  52 a.C.) (De Bello Gallico) e a guerra civil (49 a.C.  48 (De Bello Civili).
Tito Lívio (59 a.C.  17), com os cento e quarenta e dois livros de "Ab Urbe Condita", divididos em grupos de dez livros, conhecidos como "Décadas", actualmente perdidos em sua maior parte, escreveu uma grande História nacional, cujo único tema é Roma ("fortuna populi romani"), e cujos únicos actores são o Senado e as pessoas de Roma ("senatus populusque romanus", SPQR). O seu objectivo geral é ético e didáctico; os seus métodos foram os do grego Isócrates do século IV a.C.: é dever da História dizer a verdade e ser imparcial, mas a verdade deve apresentar-se de uma maneira elaborada e literária. Ele utilizou como fonte os primeiros analistas e Políbio, mas o seu patriotismo levou-o a distorcer a realidade em detrimento do exterior e a um espírito crítico pobre. É um historiador de gabinete, não viaja nem conhece pessoalmente os cenários dos eventos que descreve.
Tácito (55 - 120), o grande historiador do Império sob os Flávios, é, acima de tudo, um investigador das causas.
A lista de historiadores da época romana é vasta, tanto em língua latina (Plínio, o velho, Suetónio e outros[16] ou grega (Estrabão, Plutarco).
Na decadência de Roma, o Cristianismo virá a dar uma mudança metodológica radical, introduzindo o providencialismo de Agostinho de Hipona. É exemplo Orósio, presbítero hispânico de Braga ("Historiae adversum paganus").