quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Impressora braille criada com Lego conquista participantes da Campus Party




Impressora braille criada com Lego conquista participantes da Campus Party



São Paulo, 4 fev (EFE).- Uma impressora em linguagem braille fabricada com peças de Lego por um garoto de 13 anos que se tornou um dos criadores mais jovens do Vale do Silício foi nesta quarta-feira a grande atração da Campus Party, em São Paulo.

De origem indiana, nacionalidade belga com residência nos Estados Unidos, Shubham Banerjee transformou há dois anos seus brinquedos em uma impressora de baixo custo e hoje está a ponto de realizar seu sonho de melhorar a vida de 35 milhões de deficientes visuais.

"Recebi um folheto de doações para estudantes de braille. Aí perguntei a meus pais como os cegos leem. Eles disseram que não tinham tempo de me explicar e que buscasse a resposta no Google. Comecei a ver as impressoras para cegos, vi seu elevado preço e decidi fazer uma", disse à Agência Efe o fundador da startup "BraigoLabs".

Banerjee chegou a apresentar na Casa Branca um protótipo da impressora braille desenvolvida com blocos de Lego quando tinha 12 anos, e atualmente trabalha com uma equipe de dez pessoas no coração da inovação tecnológica: o Vale do Silício, na Califórnia.

Com aspecto de adolescente e espírito de empreendedor, o belga está focado agora na criação de 20 protótipos da nova versão da impressora (Braigo 2.0) para agosto, quando serão distribuídos a diversas associações de cegos para analisar sua aceitação.

Apesar de sua genialidade, Banerjee está ainda longe de completar a maioridade, por isso seus pais se encarregam de realizar os trâmites legais e administrativos da BraigoLabs, que já recebeu investimentos de entidades de capital de risco.

Cada impressora braille do jovem empreendedor está avaliada em US$ 500, um quarto do valor que têm no mercado internacional.

"Gosto de saber que estou contribuindo para o bem da sociedade", comentou o rapaz, quem alia seu lado empresarial com o de estudante.

O jovem utilizou peças de Lego para construir um protótipo da impressora, e seu pai, um engenheiro da Intel, foi o primeiro a investir nele.

A curiosidade continuou e, meses depois, ele desenvolveu uma versão mais sofisticada, que combina uma impressora de mesa com um chip capaz de traduzir o texto em braille antes de realizar a impressão.

Banerjee afirmou estar focado na entrega de 20 protótipos do produto, mas explicou que "nada impede pensar em desenvolver mais tarde novos projetos que atendam outras necessidades".

A impressora braille não foi a única inovação apresentada na oitava edição da Campus Party, que termina no próximo domingo e reúne 8 mil aficionados por tecnologia em São Paulo.

O cientista brasileiro Miguel Nicolelis apresentou aos "campuseiros" os avanços do exoesqueleto, tecnologia que desenvolveu e que permitiu a um tetraplégico dar o pontapé inicial na partida de abertura da Copa do Mundo de 2014.

"Continuamos trabalhando. Estamos agora com o segundo protótipo e, graças ao 'feedback', estamos observando melhoras clínicas progressivas, físicas e psiquiátricas", comentou Nicolelis durante o segundo dia da Campus Party.

Uma lista divulgada na página da revista "MIT Technology Review" sobre os "principais fracassos" na área tecnológica de 2014 citou o exoesqueleto, mas segundo o cientista se tratou apenas da opinião de um jornalista.

"É um artigo de um jornalista que escreve no MIT, não tem base científica. É uma opinião pessoal, dele, que fica clara se conhecermos sua história", argumentou o brasileiro.
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