Menos armas nas mãos da população = menos mortes, sugere UNESCO
Por Rogério Jordão | Rogério Jordão – 3 horas atrás
Recentemente escrevi um post cujo título era uma pergunta: Mais armas nas mãos da população = menos violência?. Era uma referência à mobilização da chamada bancada da bala na Câmara pela revisão do Estatuto do Desarmamento e a consequente flexibilização na proibição do porte de armas de fogo.
Creio que a pergunta foi, em parte, respondida pela recente divulgação do Mapa da Violência 2015, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Para resumir. Segundo o relatório da UNESCO, o Estatuto do Desarmamento, de 2003, aliado a campanhas pela entrega de armas, conseguiu deter, ao menos por algum período, a tendência de alta contínua de homicídios por armas de fogo registrada no Brasil desde 1980.
O cálculo: entre 1993 e 2003 o número de homicídios por armas de fogo no país cresceu a um ritmo de 7,8% ao ano. Este ritmo desacelerou de 2004 em diante , quando entrou em vigor o Estatuto e campanhas de desarmamento tiraram de circulação 500 mil armas em todo o país.
Segundo a UNESCO, como resultado disso, entre 2004 e 2012 (últimos dados disponíveis), o país deixou de ter 160 mil homicídios por armas de fogo – a diferença entre o que estava “previsto” pela curva estatística e o que de fato foi registrado ao longo de 9 anos.
Os dados, porém, são alarmantes, sob qualquer ângulo que se olhe para eles. Entre 1980 e 2012 (ano em que houve um novo aumento no número de homicídios), 880 mil brasileiros morreram por conta de armas de fogo. São principalmente jovens e negros.
Estudos como o Mapa da Violência ajudam a dar mais base para um debate que no Brasil envolve o drama de milhares de pessoas, o cotidiano de violência da população e também muitos interesses.
Ainda acho que mais armas nas mãos de civis trarão apenas mais desgraça. A ver como andará esta agenda.
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Imagem: MiltonJung/Flickr
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