Oposição espera que delação de Ricardo Pessoa dê força ao impeachment de Dilma
QUI, 14/05/2015 - 15:41
ATUALIZADO EM 14/05/2015 - 15:41
Jornal GGN - A oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) aguarda com expectativa a publicidade das informações que deverão constar na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, que assinou o acordo com a Procuradoria Geral da República nesta quarta-feira (13).
Desde que foi preso, em novembro de 2014, Pessoa rendeu manchetes a revistas e jornais que apostam na "vingança" dele contra o PT para atingir a presidente Dilma Rousseff (PT). Solto por decisão do Supremo em abril, Pessoa já teria adiantado, segundo a Folha, que fez doações eleitorais à campanha de reeleição da presidente por pressão de figuras ligadas ao PT.
A declaração foi feita, segundo o jornal, durante as negociações com a PGR sobre o acordo de cooperação. O empresário, que não conseguiu chegar a um consenso sobre os termos da delação com as autoridades do Panará, teria afirmado a membros do Ministério Público Federal que fez uma doação de R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por medo de ser prejudicado nos negócios que sua empresa tem com a Petrobras.
Em outro momento, Pessoa afirmou que o ex-ministro Edison Lobão (PMDB) recebeu R$ 1 milhão em propina para não criar problemas na obra da usina nuclear de Angra 3, estimada em R$ 2,9 bilhões. A UTC é responsável pelo projeto junto com a Odebretch, a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez - outras empresas acusadas de formação de cartel na Petrobras.
O ministro das Comunicações e ex-tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva (PT), disse que as doações que sustentaram a reeleição da presidente foram legais. Pessoa teria dito que Edinho foi responsável por solicitar à UTC o repasse. "Jamais mantive qualquer contato com a Petrobras, portanto, jamais cumpri esse tipo de função. Fui um tesoureiro de campanha como todos os demais tesoureiros", rebateu Edinho. Ele admitiu, no entanto, que se encontrou com o empresário, mas para tratar de doações em conformidade com a legislação eleitoral.
Para a oposição ao governo, a fala de Pessoa é mais munição para um eventual pedido de impeachment. A Folha escreveu: "A ligação [feita por Pessoa] com a campanha de Dilma é o fato mais comprometedor para a presidente que apareceu até agora na Lava Jato." Até então, os réus delatores apontaram indícios de que o PT teria recebido doações fruto de esquemas na Petrobras em anos anteriores. A PGR não enxergou indícios suficientes para investigar a presidente, que também foi implicada na compra da Refinaria de Pasadena.
O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, disse que a cada dia que passa, mais motivos que irão fundamentar o impeachment de Dilma surgem nos jornais. Os tucanos prometem protocolar a iniciativa na Câmara no dia 27.
Em Nova York, na terça (12), Aécio fez menção à delação de Ricardo Pessoa e afirmou que o jurídico do PSDB está analisando não só as doações empresariais ao PT em 2014 como também outros supostos "crimes" cometidos pela presidente, como as chamadas "pedaladas fiscais".
Segundo a Folha, a assessoria da Presidência não quer se manifestar sobre o assunto alegando que doação de campanha é de competência do PT.
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