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Diretor da
Sabesp que falou sobre rodízio de 5 dias sem água é o que sugeriu canequinha e
mandou população sair de SP em 2014
Publicado: 28/01/2015 12:41
BRST Atualizado: 28/01/2015 12:44 BRST
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Nome: Paulo Massato Yoshimoto. Cargo: diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp).
Definitivamente, ele
é a ‘pedra no sapato’ da condução pelo
Palácio dos Bandeirantes da crise da água que atinge o Estado de São Paulo há
mais de um ano.
A
mais recente participação dele na crise aconteceu na última terça-feira (27).
Em visita a Suzano, ao lado do governador Geraldo Alckmin, Massato disse que umracionamento
de cinco dias sem fornecimento de água para
a população paulista está no horizonte, caso não chova com constância e volume
nos próximos meses.
“O cálculo conceitual, teórico, para
reduzir 15 metros cúbicos por segundos no Cantareira precisaria de um rodízio
de dois dias com água por cinco dias sem água. Se for necessário, para não
chegar no zero na represa, não ter mais água nenhuma para distribuir, lá no
limite, se as obras não avançarem na velocidade que estamos planejando, podemos
correr esse risco de um rodízio drástico”, disse, em declarações reproduzidas
pelo G1.
Naturalmente, as declarações criaram
desconforto para a Sabesp e para o governo estadual – que passaram meses garantindo que não haveria
racionamento, muito menos falta de água –, tanto que o presidente da companhia,Jerson Kelman, não
quis falar em prazos para que tal medida venha
a ser aplicada em 2015.
Acontece
que a
“transparência” de Massato já rendeu outras ‘pérolas’ no ano passado. A primeira foi durante uma audiência
pública promovida pela Comissão de Política Urbana,
Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal, no dia 28 de maio. Na
ocasião, o diretor negou a existência de qualquer tipo de racionamento ou
rodízio na capital. E sugeriu que, se a crise se agravasse, a melhor medida
seria“distribuir
água com canequinha”.
“Nós já economizamos a retirada do
Cantareira em 9.000 litros por segundo. Para obter o mesmo resultado seria
necessário implantar rodízio de um dia e meio com água e cinco dias sem água.
Se houver alguma crise maior, nós vamos distribuir água com canequinha. Porque
não é possível ter alguma coisa mais drástica do que nós já estamos
praticando”, afirmou Massato.
Pior
foi o vazamento
de dois áudios de uma reunião da cúpula da Sabesp, em 24 de outubro – na véspera das eleições do
segundo turno –, nos quais a então presidente da companhia, Dilma Pena, e Massato fazem ponderações sobre a falta de transparência na
comunicação da crise para o público.
O material foi divulgado primeiramente pela Revista Fórum.
“Se voltar a repetir 2014, confesso
que não sei o que fazer. Essa é uma agonia, uma preocupação. Alguém brincou
aqui, mas é uma brincadeira séria. Vamos dar férias para os 8,8 milhões
habitantes e falar ‘saiam de São Paulo’, tá certo? Porque aqui não tem água.
Não vai ter água pra tomar banho, não vai ter água pra limpeza da casa. Quem
puder compra garrafa, água mineral. Quem não puder, vai tomar banho na casa da
mãe lá em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro... sei lá”, comentou.
Nos
três casos, as palavras de Massato não foram endossadas plenamente por Alckmin
ou pelo governo paulista. Por via das dúvidas, separe a canequinha a partir do fim de
março, quando está previsto o colapso
(caso não chova acima da média) do Cantareira.
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