Suposto operador do esquema na Petrobras fecha delação premiada
Segundo a investigação, Shinko Nakandakari pagava propina em nome da Galvão Engenharia, EIT Engenharia e Contreiras.
Na Operação Lava Jato mais um investigado fechou acordo de delação premiada. O engenheiro Shinko Nakandakari é apontado pela investigação como um dos 11 operadores no esquema de corrupção da Petrobras e agia em nome da Galvão Engenharia.
Esta quinta (12) é o nono dia de audiências da sétima fase da Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba. Quatro testemunhas de acusação vão depor no processo contra as empreiteiras Mendes Junior e UTC. São funcionários e ex-funcionários da Petrobras. Entre elas está Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente executiva da área de Abastecimento.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, negou para a Polícia Federal que tenha recebido dinheiro de propina de empresas que têm contratos com a Petrobras em nome do partido.
João Vaccari Neto negou que tenha recebido em nome do Partido dos Trabalhadores entre US$ 150 e US$ 200 milhões de propina, como disse o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco em delação premiada. Vaccari Neto admitiu que conhece Alberto Youssef.
Segundo Youssef, o tesoureiro seria o operador de propina cobrada pelo PT nos contratos da estatal com outras empresas. Vaccari também admitiu que conhece os ex-diretores da estatal Renato Duque e Paulo Roberto Costa.
Em depoimento à Justiça, Paulo Roberto afirmou que parte do dinheiro de contratos da Petrobras era distribuído para partidos políticos: 1% para o PP, 1% para o PMDB e 2% para o PT. Vaccari Neto negou ter recebido 2% de repasse.
No depoimento, ele falou que, na função de tesoureiro do PT, é usual realizar contatos com representantes das empresas solicitando doações oficiais, dentro da legalidade.
Em outro depoimento à Polícia Federal, Zwi Skornicki, representante da empresa Keppel Felds, se manteve em silêncio. Ele é apontado como um dos 11 operadores que atuavam na diretoria de Serviços da Petrobras.
Na semana passada foram apreendidas na casa dele 48 obras de arte, avaliadas em mais de R$ 10 milhões. Os quadros foram levados para o Paraná e chegaram ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, na quarta. Segundo as investigações, as telas podem ter sido usadas para lavagem de dinheiro.
Na quarta começaram a ser ouvidas na Justiça Federal, em Curitiba, as testemunhas de acusação contra executivos das construtoras Mendes Júnior e UTC. As duas empresas são acusadas pelo Ministério Público de fazer parte do ‘clube’, o grupo de empresas montado para ter privilégios em contratos com a Petrobras.
O advogado de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, nega. “É uma acusação que não se sustenta e nós esperamos que no decorrer do processo isso tudo fique bastante claro”, afirmou Alberto Zacarias Toron.
Segundo os procuradores, a Mendes Júnior pagou propina à diretoria de Abastecimento da Petrobras, na época coordenada por Paulo Roberto Costa, pelas licitações que venceu para realizar obras para a estatal.
A defesa confirma que a Mendes Júnior fez os pagamentos, mas alega que a empresa foi vítima de extorsão. “E ficou mais uma vez confirmado que a diretoria de Abastecimento, através do senhor Paulo Roberto Costa, fazia efetivamente extorsão em relação às empresas, e não há nenhuma empresa que não relate isso”, ressalta o advogado Marcelo Leonardo.
E mais um acusado de participar do esquema de corrupção fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Segundo a investigação, Shinko Nakandakari pagava propina para dirigentes da Petrobras em nome da Galvão Engenharia, EIT Engenharia e Contreiras. Essa é a 13ª delação premiada feita na Operação Lava Jato.
O advogado de um dos executivos da Galvão Engenharia disse que o cliente foi vítima de extorsão por parte de Nakandakari. O Bom Dia Brasil não conseguiu contato com as outras empreiteiras.
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